POLÍCIA NO ESPORTE



Gostaria de recomendar a leitura do texto que escrevi no início de 2019 sobre a nomeação do presidente da FESPORTE no governo que se iniciava. Esse material oferece insights valiosos sobre como melhorar e otimizar os serviços públicos relacionados ao esporte. Não percam essa oportunidade de aprofundar o entendimento sobre a gestão esportiva. Boa leitura!

POLÍCIA NO ESPORTE

O ano 2019 marca o início de um novo ciclo na administração pública brasileira. Na área do esporte, contudo, não temos muito o que comemorar, e o cenário da gestão dos serviços públicos do esporte, tanto no governo Federal quanto Estadual, não é o mais otimista. Nas eleições de 2018, como em todas as eleições anteriores, não houve qualquer debate ou proposta relacionada ao tema. Após a posse dos eleitos, o que se observa são discursos que priorizam questões policiais e judiciais, do que propostas de políticas públicas para esporte catarinense. 

No contexto esportivo brasileiro e catarinense, as grandes discussões são frequentemente motivadas por casos que envolvem a polícia e a justiça, como a manipulação de resultados no futebol, a máfia do apito, as apostas virtuais e os casos de corrupção ligados aos megaeventos esportivos realizados no Brasil. 

Em Santa Catarina, a operação “bola murcha”, liderada por um ex-deputado estadual e ex-secretário de Turismo de Santa Catarina, desviou mais de meio milhão de reais dos cofres públicos. Recentemente, em junho de 2018, o Tribunal de Contas de Santa Catarina julgou irregulares 12 processos de prestação de contas de prestação contas de recursos repassados pela Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte) a entidades sem fins lucrativos. 


O novo governador, Comandante Moisés, reorganizou a estrutura administrativa do estado e transferiu a responsabilidade do esporte para a Secretaria de Desenvolvimento Social. Para liderar a Fesporte, nomeou o senhor Rui Godinho, um policial civil. 

Em sua primeira entrevista ao portal NSC Total, Godinho fez um discurso enigmático, sem apresentar propostas concretas para o esporte catarinense e demonstrando falta de familiaridade com o sistema esportivo catarinense. É importante lembrar que o sistema esportivo catarinense serve de exemplo para diversos estados brasileiros, sendo um dos mais organizados e funcionais do país. 

Declarações de efeito, medidas administrativas e uso da tecnologia, como foi mencionado, revelam apenas uma superficialidade na gestão. Espera-se do gestor público um conhecimento aprofundado e aplicação eficaz desses processos. O que os catarinenses e a comunidade esportiva esperam vai além do “glamour” dos Jogos Aberto de Santa Catarina. 

O que precisamos é um Plano Estadual de Esporte à altura de Santa Catarina, que funcione de fato e não se restrinja ao papel. São necessárias ações que tornem o esporte não profissional autossustentável e desenvolvam o inexplorado potencial esportivo do estado. As ações e eventos da Fesporte se tornam um desperdício de esforço e recursos públicos quando não são acompanhados por uma política pública eficaz que melhore a formação esportiva dos catarinenses.