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Mostrando postagens de maio, 2025

“OFF THE KING, THE BEST, THE POWER…” E OFF TAMBÉM AS POLÍTICAS PÚBLICAS DO ESPORTE

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Nos últimos meses, a ascensão de um jovem “profeta da internet” chamou a atenção do país. Com apenas 15 anos, ele atrai multidões em cultos, promete curas milagrosas rasgando papéis e recebe doações que chegam a milhares de reais, tudo transmitido ao vivo para milhões de seguidores. O caso causou comoção e abriu debates sobre os limites entre fé, espetáculo e exploração simbólica da esperança popular. Mas esse fenômeno não está restrito aos templos. Na administração pública, especialmente na área do esporte, vemos algo semelhante acontecer: políticos transformando a paixão esportiva da população em palco para visibilidade pessoal. Em vez de investir em políticas públicas estruturadas, muitos gestores assumem responsabilidades que deveriam estar com os clubes, associações e federações. Promovendo campeonatos, bancando equipes com recursos públicos e criando “heróis municipais” à imagem da própria gestão. Essa apropriação institucional do esporte que deveria ser meio para inclusão, saúde...

BOLSA ATLETA: QUANDO O MÉRITO É LOCAL, MAS O BENEFÍCIO É IMPORTADO

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Desde sua promulgação, a Lei 3.344/2011 tem sido essencial para a estruturação do esporte em Balneário Camboriú. Programas como o Bolsa Atleta e o FundesporteBC já beneficiaram muitos atletas e entidades locais. Ainda assim, cresce a necessidade de revisar essa legislação, buscando maior eficiência, transparência e alinhamento com as demandas atuais, como apontam membros do Conselho Municipal de Esporte.  A criação da lei surgiu de uma necessidade identificada pelo grupo gestor da Fundação Municipal de Esportes da época, que, com o apoio técnico e político necessário, articulou a implantação do Sistema Municipal de Esporte. Fui o primeiro presidente do Conselho Municipal de Esporte e recebi o título de presidente emérito por liderar a implantação da lei em apenas dois meses. Originalmente, a legislação priorizava atletas e paratletas residentes em Balneário Camboriú por pelo menos dois anos. De forma excepcional, previa a concessão da bolsa a atletas de fora, desde que comprovassem...

CAMPEÕES DE DESPERDÍCIO: O ESTADO NA CORRIDA ERRADA

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Na administração pública é comum observar a confusão, intencional ou por desconhecimento, entre os papéis do Estado e das entidades privadas na execução das políticas esportivas. Muitos gestores assumem funções que caberiam ao sistema esportivo nacional, como clubes, federações e confederações. Essa distorção gera práticas ineficientes e desvios no uso de recursos públicos.  Imagem de rede social. Um dos maiores equívocos é acreditar que cabe ao poder público a gestão direta do esporte de excelência esportiva (alto rendimento). Isso resulta na chamada "esportivização" das políticas públicas, termo usado por Vaz (2021), em que práticas corporais e eventos esportivos se tornam o foco da gestão, reforçando a falsa ideia de que esporte é sinônimo de educação física, exercício físico, atividade física e saúde. Um exemplo claro dessa distorção foi o lançamento, pelo governo federal, do programa “Estratégia Nacional para o Futebol Feminino”, uma iniciativa que deveria estar sob a ...